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UFSM tem 70% da verba para obras retida no MEC

Joyce Noronha


Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

O reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann, reuniu a imprensa, na manhã desta quinta-feira, para apresentar o balanço da gestão 2014-2017 e passar informações referentes ao planejamento para este ano. Sobre um aporte de capital extra orçamentário, que prevê compra de equipamentos e investimento em obras, Burmann contou que 70% da verba reservada para a UFSM está retida no Ministério da Educação (MEC), o que equivale a cerca de R$ 21 milhões. Esse valor só poderá ser liberado mediante a apresentação de projetos específicos. Do total dessa receita, a universidade já recebeu aproximadamente R$ 11 milhões.

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Ele reforçou que isso dificulta o trabalho da gestão, mas disse que, na próxima segunda-feira, estará em Brasília em agenda na Secretaria Executiva do MEC para fazer a apresentação desse projeto. O reitor informou que está em contato com a assessoria do ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, para que ele participe da reunião, mas, por hora, a agenda está marcada apenas com a Secretaria Executiva da pasta.

- Isso burocratiza sobremaneira a gestão do recurso, mas vamos jogar as regras do jogo, enquanto tentamos mudá-las. Acho que foi um retrocesso em termos de autonomia universitária essa contenção dos recursos no Ministério da Educação - desabafou Burmann.

CONTAS
O professor explicou que a parte de custeio (contas de energia elétrica, água, pequenas reformas e manutenção dos prédios da instituição) também está contingenciada, mas é liberada conforme demanda. 

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As prioridades que compõem o projeto a ser apresentado ao MEC, na segunda-feira, foram elencadas com as direções das unidades acadêmicas. O reitor disse que obras estão no topo da lista para o pedido de liberação da verba.

PRIORIDADE
O reitor definiu a continuidade das obras do campus de Cachoeira do Sul como a principal prioridade das atuais demandas da UFSM. Segundo Paulo Burmann, a instituição ainda tem recursos empenhados referentes ao serviço e, por isso, a construção dos prédios não parou, mesmo com a restrição.  

Contudo, afirmou que a gestão tem esperança que, até o final de maio, o governo federal dê alguma sinalização sobre repasses específicos para as obras desse campus. Ele avaliou a necessidade de, pelo menos, R$ 10 milhões para que o serviço tenha continuidade.

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De acordo com Burmann, a conclusão dos prédios de Cachoeira de Sul são uma urgência, porque a demanda de cursos aumentou na cidade.

- Nossos estudantes e servidores estão espalhados por diversos prédios na cidade de Cachoeira do Sul. Nós chegamos ao limite, não há mais espaços disponíveis para locação no município. Nós precisamos ampliar e não temos como, pois não há espaço adequado às necessidades da universidade - disse o chefe da UFSM.


Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Apesar de orçamento oscilar nos últimos anos, universidade manteve o crescimento
No balanço da primeira gestão, o reitor Paulo Burmann informou que o orçamento da UFSM sofreu grandes oscilações, ano após ano. Porém, a administração conseguiu manejar as obras de forma a manter o crescimento físico da instituição (confira no gráfico ao lado). 

O próprio reitor disse não acreditar no dado quando recebeu o gráfico da Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan).

- Duvidei e questionei "n" vezes quando vi. Pedi revisões para ter certeza que podíamos apresentar este dado no nosso balanço de gestão e fiquei muito feliz quando recebi a confirmação. Não se opera milagre nisso, aí foi eficiência de gestão. E vai continuar em 2018, vamos ter a mesma proporção de crescimento - disse Burmann.

Outro dado apresentado pelo reitor foi sobre o aumento no número de estudantes da UFSM nos últimos anos, que, segundo ele, dobrou. O chefe da universidade pontuou a democratização de acesso do ingresso por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que preencheu 96% das vagas ofertadas em 2017, como o motivo da expansão do corpo discente.

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Apesar da felicidade de Burmann em apresentar o dado, ele ponderou que a situação também é preocupante, já que o orçamento diminui e a necessidade de assistência estudantil aumenta e é fundamental para a permanência de boa parte dos alunos na instituição de Ensino Superior.

- A luta que nós estamos travando junto ao Ministério da Educação é que esse seja um programa que não sofra qualquer tipo de redução no seu aporte orçamentário, porque ele é estratégico para a universidade. No momento que retiramos a assistência estudantil, grande parte deles vai embora mesmo - observou o reitor.

EM NÚMEROS
O Benefício Socioeconômico (BSE), que atende ao Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), beneficiou mais de 4 mil estudantes em 2017, conforme o balanço apresentado pela UFSM. Veja alguns números do BSE referentes ao ano passado: 

  • Cerca de R$ 6,1 milhões pagos em bolsas
  • O plantão psicossocial e intervenção de crise somou 1.671 atendimentos
  • 1.619 atendimentos odontológicos
  • A UFSM investiu R$ 10 milhões de recursos próprios na Assistência Estudantil
  • R$ 5,5 milhões foram investidos do Restaurante Universitário (RU)
  • Mais de 1,8 milhão de refeições foram servidas, o que demandou o investimento de mais de R$ 18,8 milhões

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